quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Como manter a forma e ter disciplina nas férias?

FRANCINE LIMA
Arquivo / Época
Francine Lima
Repórter de ÉPOCA, escreve às quintas-feiras sobre a busca da boa forma física
Minhas férias estão chegando, vou passar umas três semanas fora da cidade e não sei se vou conseguir manter o ritmo pauleira de exercícios que meu professor impõe nas aulas dele. Se eu parar completamente, vou perder muita coisa. Como disse meu professor, que também vai tirar férias, nessas horas o corpo é ingrato. Em apenas duas semanas, joga fora boa parte do condicionamento que a gente deu a ele ao longo de meses. Vou me conformar com a moleza na volta e recuperar tudo de novo no ano que vem ou vou dar um jeito de minimizar o impacto das férias, fazendo alguns exercícios durante as viagens?

Normalmente, dou uma relaxada. No ano passado, nos dez dias em que estive na praia, o único exercício que fiz além de caminhar calmamente pela cidade bonita foi uma corrida de uns vinte metros que disputei em velocidade com meu namorado. De resto, só descansei. Às vezes é bom não fazer nada.

Mas este ano estou com mais pique e com menos coragem de desperdiçar o condicionamento que conquistei. Se você estiver na mesma animação, veja se consegue aproveitar as dicas que selecionei para não desmoronar nas férias.

Se a viagem incluir estada num hotel chique, com academia, e se você estiver acostumado a fazer musculação, basta levar uma cópia da sua planilha de exercícios na mala. Vai poder manter a silhueta com todo o conforto, em temperatura controlada, com música ambiente e pouca gente. Chato, mas eficaz. Quase como não ter viajado...

Quem, como eu, não perderia o verão dentro de um hotel com ar condicionado, talvez prefira se exercitar ao ar livre. Caminhar, correr, pedalar, patinar, andar no mato, subir montanha, descer montanha, nadar, remar, jogar futebol, vôlei, basquete, frescobol... As opções já conhecidas e testadas são bastante variadas. E nem todas precisam de um espaço devidamente projetado para o esporte. Quem treina usando acessórios leves e portáveis, como corda, elásticos, tiras para movimentos suspensos e até um tapete de borracha, pode levá-los na bagagem e usá-los onde der: na varanda, na beira da piscina, na calçada, nos parques, praças e demais nas áreas públicas da cidade. Fácil. 

Mas você pode querer se divertir mais do que exatamente treinar, o que eu acho uma ótima ideia. Afinal, estará de férias! Nesse caso, as alternativas são ainda mais numerosas. Sem pensar muito, consigo me lembrar de pula-pula, pingue-pongue, pega-pega, esconde-esconde, mãe da rua, queimada, pular corda, subir em árvore, plantar bananeira, dar cambalhota, pular muro, brincar de Saci, corrida de saco, salto em distância na areia... Criatividade e infância bem vivida servem para a gente continuar com as estripulias na idade adulta. Do que você gostava de brincar quando não havia adulto olhando?

O bom é que não existe local onde não seja possível fazer algum tipo de atividade física. Qualquer pedaço de chão é lugar. Qualquer parede é apoio. É só começar a olhar para as coisas com olhos de gente ativa. Até dentro do quarto do hotel, com um pé d’água caindo na rua, dá para se exercitar muito. A cama, se tiver pés mais ou menos altos, pode se transformar no teto de um túnel para você rastejar por baixo, imitando o treinamento militar. Um paraciclo, dependendo do tipo, pode virar barra paralela para fortalecer os tríceps. Um muro baixo pode virar um obstáculo a ser transposto, mais ou menos como faz o pessoal do Parkour, só que num nível iniciante. Cuidado, não vá se matar, por favor.

Os equipamentos e acessórios também podem ser improvisados. Uma ideia legal, boa para quem vai viajar de ônibus ou trem, só com uma mochila, é usar a própria mochila (cheia e pesada) como sobrecarga. De preferência, com a barrigueira aliviando o peso sobre os ombros. Experimente caminhar rapidamente com a mochila nas costas. Se estiver fácil, vá subir ladeiras. Ou subir uma escadaria, pisando os degraus de dois em dois. Vai trabalhar os glúteos, as pernas e o abdome sem perceber. Ainda está fácil? Então bote a namorada nas costas e carregue como se fosse um saco de batatas. Juro que existe quem treine assim.

Outro dia vi imagens de um moleque fazendo o movimento do kettlebell swing usando uma bolsa de alças curtas. No exercício original, a gente balança verticalmente entre as pernas um peso arredondado com alça que lembra um ferro de passar antigo. Não sei o que havia dentro da bolsa do moleque, mas dá para imaginar que poderiam ser pedras, areia, algo que pese e que seja fácil de conseguir. Parece possível fazer o mesmo com qualquer coisa pesada que tenha uma alça.

Se tomarmos esse exemplo da bolsa como parâmetro, a diversão pode crescer bastante. Quais objetos que você tem sempre por perto podem ser transformados em sobrecarga para algum tipo de exercício? Será que um cobertor amarrado com os dois cadarços do tênis podem virar uma grande medicine ball e ser lançado contra a parede, a uns três metros e pouco de altura? Com certeza, sapatos espalhados pelo chão serviriam muito bem de marcadores para uma corrida em ziguezague. Garrafas de água mineral vazias e uma bola de meia podem improvisar um joguinho leve de boliche no corredor. Quem acha que fazer exercícios é sempre chato só pode estar brincando...

Enfim, o que eu queria dizer é: você não precisa ficar sedentário durante as viagens, porque a desculpa de que a academia, o parque ou o professor não vão com você foi derrubada faz tempo. Se souber aproveitar as férias para inventar formas divertidas de se exercitar, é provável que você retorne aos treinos de sempre com motivação renovada e novas ideias para variar o programa quando o tédio vier.

E aí? Já planejou seu treino de férias? Que tal compartilhar conosco quais serão os melhores momentos?

(Francine Lima escreve às quintas-feiras)

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